Presidente da AASM pede reforço de verbas do POSEI para os Açores quando se sabe que não haverá cortes | Agricultor 2000


Jorge Rita entende que a não se concretizarem os cortes propostos pela Comissão Europeia de 3,9% nas verbas do POSEI, as Regiões Ultraperiféricas deverão beneficiar de mais verbas para que consigam concretizar os desígnios da própria União Europeia: convergência e coesão económica e social.

Durante um Encontro - Diálogo com os cidadãos sobre "O futuro da Política Agrícola Comum (PAC)" que decorreu no Parque de Exposições da Associação Agrícola de São Miguel no dia 28 de junho, a lavoura uniu-se para ouvir falar o Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, sobre os cortes anunciados nas verbas do POSEI.

No Encontro - Diálogo estiveram presentes o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel e da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, o Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, os eurodeputados eleitos pelos Açores, Sofia Ribeiro e Ricardo Serrão Santos, bem como o Ministro da Agricultura, Capoulas Santos e o Secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte.

O Presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, foi o primeiro interveniente e falou inevitavelmente sobre a proposta de orçamento da PAC reforçando que "ainda é isso mesmo, uma proposta". Referindo que o anunciado corte de 3,9% nas verbas do POSEI equivale a 3 milhões de euros, o que "a somar aos 10 milhões de euros que nos Açores temos em défice, perfaz 13 milhões de euros anuais a menos, o que é um grande constrangimento para o desenvolvimento sustentado que temos tido nos Açores".

Sendo a agricultura o principal pilar da economia dos Açores "qualquer descida nas ajudas tem sempre um reflexo negativo em toda a economia, direta e indiretamente", já que 50% da economia está assente na agricultura de forma transversal, e 40% da população de forma indireta trabalha na agricultura.

A produção de produtos lácteos nos Açores representa 30% de toda a produção nacional com apenas 2,5% de superfície agrícola útil, comparado com a capacidade a nível nacional.

"Tem havido um crescimento sustentável nos últimos 10 anos em toda a economia agrária nos Açores, embora mais no setor leiteiro do que outros setores mas todos têm vindo a crescer, o que é importante para o equilíbrio" da Região, explicou Jorge Rita que acrescentou que "se não fossem os apoios da União Europeia, hoje de certeza que não estávamos no patamar que estamos".

É por isso que destaca a importância do POSEI para os Açores e para as restantes Regiões Ultraperiféricas (RUP) da Europa, e acredita que a redução de 3,9% não será imposta, uma vez que estamos em falar de 25,41 milhões euros anuais para uma população de 5 milhões nas RUP's. No entanto, Jorge Rita defendeu que a concretizar-se que não haverá cortes, as verbas do POSEI deverão ser reforçadas. "Temos de continuar a reivindicar mais porque precisamos de mais. Quando estamos a falar das ajudas para os Açores, obviamente que é de forma transversal a todas as RUP", embora reconheça que em nenhuma outra Região Ultraperiférica o peso do setor agrícola seja tão acentuado como nos Açores.

"Precisamos é de mais para conseguir aquilo que é um dos grandes chavões da União Europeia: convergência e coesão económica e social", explicou Jorge Rita aos presentes e ao Comissário Phil Hogan.

Jorge Rita destaca que além das verbas do POSEI, se a proposta já apresentada pela Comissão Europeia for avante "também seremos prejudicados na questão do segundo pilar". É que isso que reforça a necessidade de "haver um aumento das verbas do POSEI para os Açores. Ficaríamos muito mais satisfeitos se houver aumento do POSEI para os Açores". Para isso Jorge Rita defende o empenho de todos os intervenientes, seja o Governo Regional, Governo da República, Eurodeputados e Associações de Produtores para que sejam reivindicadas mais verbas junto de Bruxelas.

O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel e da Federação Agrícola dos Açores ressalvou que a agricultura tem um peso económico na região que é insubstituível, sendo que não há outros setores alternativos na região, apesar da complementaridade do turismo.

É por isso quer Jorge Rita entende que "potenciar e apoiar mais o setor agrícola é potenciar todos os outros setores da região, enquanto o contrário nunca poderia acontecer. Se não tivermos uma agricultura sustentável, a crescer e pujante, também será a falência dos outros setores porque não há turismo sem uma boa agricultura".

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