O Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, elogiou a organização e a envolvência das mais de quatro mil crianças no Dia Nacional da Agricultura. Deixando os parabéns aos agricultores açorianos pela "grande qualidade de produzir", nomeadamente laticínios, Eduardo Oliveira e Sousa entende que essa produção tem de ser valorizada junto de Bruxelas aquando das negociações do próximo Quadro Comunitário de Apoio. Com esperança que a visita do Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, aos Açores possa determinar alguma mudança de atitude em termos de envelope financeiro, Eduardo Oliveira e Sousa desejou que o setor "não fique menos apoiado do que estava"

Enquanto parceira da Associação Agrícola de São Miguel na organização do Dia Nacional da Agricultura, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) fez questão de marcar presença no evento que decorreu no Mercado Agrícola de Santana e o seu Presidente, Eduardo Oliveira e Sousa, mostrou-se "emocionado" com o que viu.

Nomeadamente com o "empenho das pessoas" e com o "interesse da comunidade e dos professores" que culminaram na presença de quatro mil crianças de vários pontos da ilha de São Miguel "a perceberem como se semeia, como se planta e os benefícios da colheita". Quando os mais novos mostram tanta "envolvência, é uma demonstração do poder que os agricultores têm nesta Região", referiu Eduardo Oliveira e Sousa.

O Presidente da CAP realçou que os Açores são conhecidos "pela sua grande qualidade e capacidade de produzir produtos agrícolas com destaque para os laticínios", com a vantagem de produzir "de forma muito natural, muito pouco baseada em alimentação que não seja os pastos ao ar livre, o que transporta os produtos para outro patamar de qualidade e hoje em dia com uma importância acrescida, se trouxermos para a discussão as questões relacionadas com o bem-estar animal".

Para Eduardo Oliveira e Sousa a importância que o setor tem na Região fez com que a CAP se associasse a um evento desta natureza "que faz aquilo que nós queremos combater, que é o desligamento da sociedade urbana com o mundo rural. Como os Açores são o mundo rural, que por acaso também tem mundo urbano, aqui está a ligação mais sã que podemos observar. Estão de parabéns", referiu.

E por isso mesmo, pela "situação particular de serem região ultraperiférica, os apoios têm de ter uma expressão mais significativa", disse Eduardo Oliveira e Sousa a propósito do próximo Quadro Comunitário de Apoio. Neste sentido, indicou que a CAP "está envolvida em toda a negociação do pacote agrícola. Para aqui são muito importantes as ajudas específicas para as regiões insulares, dentro do pacote que corresponde à Política Agrícola Comum (PAC)" e neste sentido a Confederação que representa fará "os possíveis e creio que os governantes estão conscientes da importância do que significam as negociações que se aproximam para que este setor não fique menos apoiado do que estava", adiantou.

Eduardo Oliveira e Sousa, que se deslocou pela primeira vez aos Açores enquanto Presidente da CAP, reconheceu que a vinda do Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, aos Açores nos dias 27 e 28 de Junho é "o reconhecimento da parte dele, da importância que o setor tem, no âmbito da própria União Europeia".

Desta forma deixou "muita esperança" para que se confirmem os anseios dos negociadores portugueses "para que a Comissão transporte para o pacote financeiro da PAC portuguesa aquilo que possa significar não haver quebras face às quebras anunciadas há pouco tempo", concluiu.