Evolução do contraste leiteiro desde 1996 | Informações Técnicas


O melhoramento animal e genético tem vindo a ser cada vez mais usado pelos produtores de leite, que usam o contraste leiteiro como ferramenta essencial para melhorar a qualidade nas suas explorações

Na apresentação e entrega dos livros de contraste leiteiro de 2015 e 2016 pela Associação Agrícola de São Miguel, foram apresentados alguns dados sobre esta "ferramenta prática" para os agricultores. A explanação esteve a cargo de Beatriz Afonso Patrício, da Associação Agrícola de São Miguel.

Uma ferramenta "de melhoramento animal e melhoramento genético" que tem tido uma crescente procura.

Nos últimos 20 anos, entre 1996 e 2016, e de acordo com os dados apresentados registou-se um aumento de quase cinco vezes do número de explorações que aderiram ao contraste leiteiro em São Miguel. Passou-se de 58 explorações em 1996 para 282 explorações em 2016.

Também o número de animais registaram um aumento exponencial nestes últimos anos, com 1.471 animais em 1996 para 13.031 vacas apuradas em 2016.

Os dados apresentados indicam que o mesmo se registou em relação à média da quantidade e qualidade de leite produzido por exploração, já que em 1996 era de 5.801 quilos de leite com 398 quilos de matéria útil, enquanto em 2016 a média foi de 8.751 quilos de leite com 593 quilos de matéria útil aos 305 dias. "Uma evolução gradual e constante", conforme referiu Beatriz Afonso Patrício, que tem contribuído para a excelência das explorações.

No serviço de contraste leiteiro trabalham 12 contrastadores da Associação Agrícola de São Miguel, que realizam o trabalho de campo "a fazer leituras e colheitas de amostras de leite para análise e registo dos animais para inscrição no livro genealógico". Há ainda 5 administrativos "que trabalham, registam e verificam os dados, e emitem os relatórios que são entregues mensalmente nas explorações, e que também ficam disponíveis no site do programa nacional Bovinfor, com que trabalhamos". Além disso, as explorações recebem uma vez por ano a visita dos classificadores da Associação portuguesa de Criadores da Raça Frísia para ser feita a classificação morfológica das suas vacas.

"Isto tudo tem um custo", recordou a responsável que informou que o contraste leiteiro custa à Associação Agrícola de São Miguel 40 euros por cada vaca apurada. "É preciso ter a ideia que além destes animais apurados, talvez 15 a 20% dos animais que trabalhamos não chegam a ser apurados porque não fazem lactação válida, por não chegarem aos 210 dias de lactação", explicou Beatriz Afonso Patrício.

Destes 40 euros, cada produtor paga 15 euros por cada vaca apurada "e neste valor está incluído a quota que a Associação Agrícola de São Miguel paga à Associação Portuguesa de Criadores da Raça Frísia para os produtores terem os seus animais inscritos e registados no Livro Genealógico da Raça Bovina Frísia. A Associação Agrícola candidata-se ao POSEI para receber uma ajuda por cada vaca apurada, em que a ajuda máxima elegível é 24,5 euros por vaca no método A4 e 16,30 euros no método AT4", explicou.

Beatriz Afonso Patrício salientou que nesta ajuda do POSEI ao contraste leiteiro têm havido rateios. "No ano de 2016 o rateio foi de 11%, e para 2017 não sabemos quanto será.

"Destas receitas e despesas, ficamos com défice de cerca de 5 euros por vaca, que é variável consoante o rateio do POSEI", concluiu Beatriz Afonso Patrício para exemplificar os custos que são absorvidos pela Associação Agrícola de São Miguel.