Jorge Rita defende medidas imediatas para que se aumente o envelope financeiro do POSEI | Agricultor 2000


O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, apontou o próximo Quadro Comunitário de Apoio e as verbas do POSEI como os grandes desafios que se colocam à Região no setor agrícola. Jorge Rita continua a reclamar a valorização daquele que "é o melhor leite do mundo mas o mais mal pago da Europa" e pediu medidas imediatas ao Governo Regional na inauguração do XVIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia, no Parque de Exposições de São Miguel, em Santana.

Na inauguração do XVIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia, o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, pediu que o Governo Regional tomasse medidas imediatas para aumentar o rendimento dos produtores de leite, cujo setor vive em crise.

Perante esta crise que tem deixado muitos produtores em dificuldade, Jorge Rita pediu que se tomassem "medidas imediatas" para alavancar o rendimento dos produtores e deixou o alerta: "ou existe da parte da Região apoio direto ao leite ou tem de existir na Região rapidamente uma decisão ao nível do SAFIAGRI- ajuda aos custos financeiros dos produtores, que já foi feito no passado", e que deve ser extensivo às cooperativas dos fatores de produção.

O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel reforçou que resolvendo-se a questão do SAFIAGRI podia "dar-se alguma folga a um setor que vive alguma descapitalização sabendo que as outras fileiras têm melhorado, como da carne. Mas o leite vive uma crise. Melhorou um pouco o preço mas este ano houve uma pequena baixa e se não houver retoma vamos ter mais dificuldades".

Na inauguração do XVIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia, organizado pela Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita lembrou os próximos grandes desafios que se colocam ao setor, a par da descapitalização.

As verbas do próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) e as verbas do POSEI são as grandes preocupações para valorizar aquele que é "o melhor leite do mundo mas o mais mal pago da Europa". Apesar do compromisso assumido pelo Comissário da Agricultura, Phil Hogan, aquando de uma visita a São Miguel de que não haveria cortes nas verbas do POSEI, Jorge Rita destacou que a "ambição da Região não deve ficar por aqui" e entende que deve haver um aumento de verbas do POSEI para a Região. "Seria fundamental", apelou.

O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel lembrou ainda que numa altura em que se debate o próximo Quadro Comunitário de Apoio, poderá ser possível "melhorarmos a performance dos Açores no próximo Quadro Comunitário de Apoio, não esquecendo uma coisa que é fundamental que é a desagregação do envelope financeiro que tem de vir para a Região".

Um trabalho disse, que tem de ser feito "pela Secretaria Regional da Agricultura e Florestas juntamente com as organizações de produtores. Esse trabalho tem de continuar a ser feito".

Apesar das dificuldades do setor, Jorge Rita explicou que a qualidade dos produtos lácteos existe, principalmente associada a "uma marca mágica que é a Marca Açores". Há que "potenciar os nossos produtos e os lacticínios são uma fonte de receita extraordinária para a Região e ainda mais se tiverem valor acrescentado", disse.

O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel acrescentou que para se manter "o nível de qualidade que todos desejamos", também é necessário que o Governo Regional dos Açores melhore as infraestruturas agrícolas que são uma mais-valia numa exploração. "Muito tem sido feito, mas muito ainda há a fazer nessa matéria. Quantas melhores acessibilidades, quanto melhor abastecimento de água nas explorações, quanto mais electricidade, teremos melhor rendimento e garantia de melhor sustentabilidade e de melhor produto. Esse será sempre o objetivo que está traçado, que temos como reivindicação", afirmou.

Além das infraestruturas, os transportes foram considerados "o calcanhar de Aquiles do setor" mas para que a valorização do leite dos Açores seja mais forte, quem decide "também tem de tentar melhorar, com campanhas de marketing mais bem orientadas, com apoios que existem para a procura de novos mercados" para que a internacionalização dos produtos lácteos açorianos possa ser uma realidade.

Os custos acrescidos com o transporte, disse Jorge Rita, não permitem aos produtos açorianos serem competitivos noutros mercados e que a ajuda financeira existente, através de programas do Governo Regional, "não é suficiente" para colmatar essas dificuldades.

Na inauguração de mais um concurso bovino, Jorge Rita destacou que a mão de obra "é um problema dos dias de hoje" e adiantou que a formação "deve ser mais apurada e aprofundada para termos agricultores mais bem apetrechados. Esse é um trabalho que tem de ser feito na Região e em parceria com as escolas e com quem o quer fazer" já que a Associação Agrícola de São Miguel também tem vindo a fazer essa formação.

Falando sobre "o casamento" entre a agricultura e o turismo, Jorge Rita disse ser "um bom casamento mas também estamos casados com as nossas indústrias, mas o Governo Regional não pode ser o juiz que decide o divórcio. Tem de ser o juiz que faz a conciliação entre as partes. Esse é sempre o caminho do sucesso, estarmos condenados a viver todos juntos, com a indústria e o Governo Regional. Tem de ser a forma de chegarmos muito mais perto do sucesso na Região", disse.

A propósito do XVIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia, o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel realçou a presença de 235 animais e destacou o trabalho que tem sido feito ao nível do melhoramento genético e na procura "de melhorar cada vez mais as nossas vacas, e isso tem sido evidenciado cada vez mais nestes concursos".

"Nós fazemos o nosso trabalho, achamos que é muito importante para a Região, para o maior setor de actividade económica da Região estes eventos. Será sempre uma forma de dar notoriedade à excelência do trabalho que se faz. Os produtores fazem-no com gosto, com paixão e com o objetivo da qualidade", reforçou Jorge Rita que agradeceu a presença de todos os produtores e a ajuda de todos os patrocinadores.

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