Federação Agrícola entrega caderno reivindicativo ao presidente do Governo | Agricultor 2000


Federação Agrícola dos Açores entregou caderno de reivindicações ao presidente do Governo Regional e defende promoção das vendas de produtos lácteos açorianos na região da Macaronésia.

A Federação Agrícola dos Açores pediu ao Governo Regional para apostar na “internalização dos produtos açorianos”, através da promoção de “artigos de gama alta associados à marca Açores”.

No caderno reinvindicativo apresentado pela Federação Agrícola dos Açores num encontro com Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional, foi apresentada uma sugestão para a Região apostar na procura de novos mercados.

Os agricultores pretendem que seja efetuado uma aposta no mercado da Macaronésia, aproveitando as boas relações instituições do Governo dos Açores com os executivos da Madeira, Canárias e Cabo Verde. A Federação Agrícola não compreende porque motivos os produtos lácteos dos Açores não estão presentes “de forma consolidada” no mercado da Macaronésia.

A Federação Agrícola pretende ainda que o Centro Açoriano de Leite e Lacticínios (CALL) “deve ter a capacidade de promover os produtos açorianos no exterior, através da elaboração de candidaturas e criar condições para que o leite dos Açores tenha o reconhecimento devido”.

Segundo a informação no documento apresentado ao Governo Regional é necessário promover uma “reflexão profunda de todos os intervenientes da fileira do leite para que se encontre um rumo e um caminho, onde devem ser definidos critérios como a quantidade de produção que queremos ou o tipo de sistema de exploração que devemos utilizar”.

Na opinião apresentada pela Federação Agrícola dos Açores “deve ser implementada uma política capaz de reconhecer as características do leite em cada uma das ilhas e, em alguns casos, a produção biológica pode ser uma via alternativa muito interessante, por ser capaz de valorizar produções limitadas”.

Os agricultores voltaram a reclamar o reforço do pagamento de 45 euros de prémio à vaca leiteira, justificando este pedido com as “fragilidades existentes na fileira do leite” nos Açores.

 Segundo o documento apresentado a agricultura é a principal atividade dos Açores, desenvolvendo “uma ação decisiva na coesão económica e social do arquipélago, sendo responsável por 11% do emprego, embora cerca de 50% da população ativa trabalhe direta ou indiretamente neste setor”.

“ A agricultura dos Açores assenta na fileira do leite e da carne, que contribuem fortemente para as exportações, mas em cada uma das ilhas sempre existiu um complemento a estas atividades principais, assim, não se pode descurar a importância de outras produções agrícolas, como o ananás e frutas, o chá, o mel, a meloa, o alho, o vinho, as flores ou a agricultura biológica”, explica a Federação Agrícola dos Açores que espera uma maior sensibilidade do executivo regional para resolver os problemas apresentados.

“A agricultura é essencial no desenvolvimento harmonioso pretendido para a região, porque mantém a população nos meios rurais ao mesmo tempo que cuida e preserva o meio ambiente, devendo ser o principal instrumento a utilizar num ordenamento do território que deve ser equilibrado e sustentável”, alerta o documento.

Os dirigentes da Federação Agrícola consideram que  “numa região pequena, insular e dispersa como a nossa, a agricultura produz alimentos com qualidade, utilizando os escassos recursos naturais duma forma sustentada e equilibrada, através do uso preferencial das pastagens naturais”, acrescentando que “o desenvolvimento dos Açores passa por uma agricultura forte e pujante, capaz de enfrentar os principais desafios, devendo por isso, ser acarinhada e protegida, porque da sua estabilidade e equilíbrio, resultará uma região não só mais sustentável, mas principalmente, com futuro”.

 

Transportes devem ser melhorados

A Federação Agrícola dos Açores alerta para a necessidade de rever o atual modelo de transporte marítimo e aéreo.

“O modelo deve ser revisto de modo a adaptar-se às realidades atuais”, refere a direção da Federação Agrícola que pretende que sejam “colmatados as dificuldades existentes na comercialização de produtos regionais e na exportação de animais”.

Os agricultores pedem uma revisão no atual modelo de apoio aos transportes, contemplado no programa competir +.

Relativamente ao transporte aéreo de carga referem que “as regras existentes do transporte aéreo têm de ser alteradas” para garantir o “escoamento de alguns produtos açorianos”.

 

Governo deve criar calendário indicativo das ajudas regionais

A Federação Agrícola dos Açores voltou a insistir para o Governo Regional cumprir os prazos de pagamentos. “Ainda existem pagamentos do Safiagri III, Proamaf e ajuda aos adubos em falta, que apesar de terem sido previamente anunciados, continuam por regularizar junto dos agricultores. Aguarda-se que rapidamente esta situação seja ultrapassada”, refere o documento apresentado ao presidente do Governo Regional.

Os agricultores referem que estes apoios “são fundamentais no equilíbrio financeiro das explorações”, mas continuam a “ocorrer sistematicamente atrasos nas ajudas a pagar, mesmo que estejam devidamente publicadas em portarias no Jornal Oficial da Região”.

O atraso no pagamento de apoios provoca problemas no pagamento de dívidas dos agricultores.

Para resolver este problema a Federação Agrícola dos Açores pede que seja criado um calendário indicativo dos pagamentos das ajudas regionais aos agricultores, como acontece com o pagamento das ajudas comunitárias.